A atuação da Juventude no desenvolvimento da Agroecologia em Pernambuco

Por Dyovany Otaviano, Dayara Gomes, Renata Soares e Carlos André (Jovens Multuplicadores da Agroecologia)

Através da assessoria técnica pedagógica que jovens camponeses da zona da mata, do agreste e do sertão pernambucano recebem de instituições não governamentais como o Centro Sabiá, Diaconia, entre outras, fez com que os mesmos se mobilizassem e resolvessem num processo de auto-organização criar a Comissão Territorial dos Jovens Multiplicadores da Agroecologia – CTJMA, com o objetivo de ocupar espaços em movimentos sociais para dá voz e vez a juventude camponesa.

Por entender que a CTJMA atua em mais de uma microrregião do estado e após a realização de um encontro auto-gestionado que promoveu um debate entre as juventudes ficou decidido que a partir daquele momento a comissão levaria o nome de Comissão dos Jovens Multiplicadores da Agroecologia (CJMA).

Atualmente a comissão é composta por segmentos da juventude negra, quilombola, LGBT e entre outros, que vem realizando um trabalho de conscientização e de lutas por políticas públicas que possibilitem a permanência do jovem no campo. Tais lutas e políticas visam o emponderamento da juventude na busca pela garantia de direitos básicos na área da educação, saúde, lazer e cultura que dignifiquem e dê condições necessárias para que os jovens sobrevivam com qualidade de vida em suas comunidades.

Essas ações tem contribuído para a geração de emprego, desenvolvimento sustentável, fortalecimento da agricultura familiar, produção de culturas agrícolas que ajudam na qualidade dos alimentos consumidos pela população, assim como, na capacitação, instrução e formação da juventude através dos encontros que a comissão propõe. Além disso, também tem contribuído para que os jovens mantenham-se no seu lugar de origem junto com suas famílias, colaborando para a diminuição do êxodo rural.

A jovem Francely do Município Rio Formoso, afirma que quando chegou à comissão era uma jovem da roça que não sabia qual eram os seus direitos e os seus deveres. A única coisa que sabia era que jovem não podia fazer isso e nem aquilo e o que se tinha que fazer mesmo era só estudar. A mesma ainda enfattiza que “hoje sou jovem, negra, mulher, mãe e emponderada. Hoje eu levanto a bandeira feminista, dos LGBTs, dos negros e muitos outros. Hoje eu estou inserida em associações, sindicatos, conselhos e faço parte da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Levante Popular da Juventude, Frente Brasil Popular e coordeno um projeto social para ajudar a população mais carente de Rio Formoso, cidade onde resido. Enfim, depois da CJMA fiquei mais emponderada e trago uma bagagem de experiência de sete anos de aprendizado na mesma.”

Diante deste contexto é possível afirmar que com a criação da comissão a juventude ganhou autonomia, conquistou espaços e percebeu-se o quanto foi importante avançar no processo organizacional para que as pautas da juventude tivessem vez e voz.

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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