A transformação da sociedade depende do desejo das juventudes

 Jovem do Agreste participou de formação com militantes de sete países da América Latina

Por Hérica Janaina da Silva Fernando – Integrante da Comissão Territorial de Jovens Multiplicadores da Agroecologia (CTJMA) e  da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Sítio Lagoa do Almeida , São Bento do Una – PE

Anualmente, a Coordenação Latinoamerica de Organização do Campo (CLOC) e Via Campesina promovem o ConoSur, um curso para formação de militantes de base, com duração de 30 dias. Este ano o encontro  foi realizado no assentamento Contestado, em Lapa, no Paraná, entre os dias 15 de junho a 15 de julho, e contou com a participação de representantes de seis países da América do Sul e um da Central. A escolha dos participantes é realizada pelas organizações de cada país.

Eu tive o privilegio de ser escolhida pela Pastoral da Juventude Rural (PJR), organização da qual faço parte, para participar deste espaço de formação, o que foi muito importante para minha caminhada como militante. Durante esses 30 dias, abordamos vários temas necessários para mudar a atual sociedade em que vivemos, uma sociedade injusta e destrutiva.

Temas como o feminismo, agroecologia, questão de gênero e questão agrária, participação politica da juventude, entre outros temas, tudo na esfera internacional, porque acreditamos que só é possível mudar a sociedade globalizando a luta. Passamos um dia num acampamento dos sem terra, como é dura aquela realidade… A maior dificuldade da convivência foi a comunicação, mas o encanto com os jeitos e as culturas diferentes, fez com que o convívio também fosse um aprendizado.

Por fim este espaço me fez ver como nossa visão de mundo é tão limitada, pouco ou nada  sabemos sobre o que acontece com os nossos países vizinhos. Fortalecida com este amplo conhecimento político-social, me sinto preparada para estar participando da luta por todas as causas, dando sempre ênfase para a agroecologia que é fundamental para reencontrar o equilíbrio com a natureza.

A cada nova formação que faço aumenta mais o meu desejo de conscientizar os jovens a tornarem-se mais participativos, porque o jovem não é o futuro, o jovem tem que ser parte do agora, buscar sua autonomia e ser protagonista da sua vida.