II MARCHA DA JUVENTUDE CAMPONESA DO POLO DA BORBOREMA, REUNIU CENTENAS DE JOVENS NA CIDADE DE LAGOA SECA , ESTADO DA PARAIBA

Foto: Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia (CJMA)

Por Gildo José da Silva, Sitio Sobrado, Jataúba (PE) e Jaqueline Josefa Silva de Lima, Sitio Serra Seca, Vertentes (PE)

Dia 20 de novembro, dia da consciência negra e também foi o dia escolhido para a realização da II Marcha da Juventude Camponesa do Pólo da Borborema, que aconteceu na cidade de Lagoa Seca. Mais de mil jovens camponeses dos 13 municípios de atuação do Pólo, de outras regiões e estados, de diversas organizações e coletivos, estiveram presentes, trazendo alegria, conquistas e desafios para serem compartilhados com todos e todas. 

A marcha ocorreu no período da manhã, a concentração foi em frente ao sindicato dos trabalhadores/as rurais do município de Lagoa Seca, uma belíssima estrutura montada com a cara da juventude; muita música com o grupo Afro Vida da cidade de Lagoa Seca. O evento também contou com uma feira das juventudes camponesas, comercializando a produção dos/as jovens, desde alimentos a artesanatos, tinha de tudo um pouco, e mostrava a fartura da produção agroecologica.

Durante a concentração, além da feira, da música, ouviu-se muitos gritos de ordem, depoimentos e reivindicações, houve uma belíssima peça de teatro, chamada de “A vendedora de Sonhos” onde as juventudes retrataram a sociedade que vivemos, mostrando que os ricos podem ter sonhos grandes e os pobres só podem ter sonhos pequenos, e que os pobres, pretos, são desacreditados e esquecidos, enquanto a burguesia tudo pode.

Foto: Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia (CJMA)

Dois depoimentos marcaram a concentração do ato, Graça Moura da cidade de Arara, também na Paraíba, relatou que quando jovem, sofria preconceito por ser negra, chegando a ser agredida verbalmente e fisicamente e até suspensa da escola por se impor as humilhações que sofria. E Marcela Silva da cidade de Areial, falou sobre o reconhecimento em ser negra, em ter seus cabelos cacheados, crespos, ou do estilo que desejar, fazendo um convite as pessoas, para se assumirem, para serem quem desejam ser, assumirem sua cor, assumirem seus cachos e serem felizes.

A marcha seguiu pelas principais ruas da cidade, denunciando os retrocessos e as diversas formas de violência que as juventudes vêm sofrendo no dia a dia, alertando para um cenário político perigoso, onde quem deveria nos representar não nos representam nem um pouco, um governo que não representa a classe trabalhadora, a juventude do campo e nem a juventude da cidade. A pauta política da marcha é a  luta em defesa da educação contextualizada, contra o fechamento das escolas do campo, contra o feminicídio, o machismo, o racismo e a LGBTfobia.

Ao termino da marcha, a cantora paraibana Sandra Belê, fez um belíssimo show que levou a juventude a dança e cantar e celebrar a vida.

 

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