Juventudes da CJMA multiplicam suas aprendizagens por todos os cantos por onde passam

Foto: Hugo Venâncio

Por Hugo Venâncio

Sou um jovem negro, quilombola e de religião de matriz africana. Moro na Comunidade Quilombola de Demanda, município de Rio Formoso, Mata Sul de PE. E sou estudante do 2º ano do Ensino Fundamental 2 na Escola Estadual Arruda Câmara. Fui provocado, a partir dos trabalhos da própria escola a realizar um Seminário de Português e na ocasião, resolvi ousar e trazer para o debate temas como: religiosidade no Brasil, intolerância religiosa, ideologia de gênero, jovem negro na sociedade, preconceito racial, ideológico, social e outros. Durante a minha apresentação falei também sobre os movimentos sociais e a sua importância para debater e refletir sobre estes aspectos. Falei ainda sobre a necessidade das juventudes ocuparem espaços e participarem de coletivos que formem cidadãos críticos e junte outros jovens de realidades diferentes para aprendermos e nos fortalecermos juntos a cada dia.

Por isso, apresentei para meus colegas o FOJUPE – Fórum das Juventudes de PE, a CJMA – Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia que são coletivos de juventudes que eu faço parte e aproveitei para convidar eles para conhecerem mais e se engajarem nestes coletivos. Além disso, falei sobre o grupo de jovens que tem na minha comunidade as ações que eles tem feito lá na comunidade de Demanda. E aí não podia deixar de falar de organizações que apoiam e muito as ações das juventudes no território como o Centro Sabiá e a FETAPE. 

O seminário foi bem interessante, pois levantei questões sobre o preconceito que existe e as diversas formas que ele se manifesta na minha vida e na vida deles também. Refletimos que ele existe e precisamos nos informar mais e mais para sermos agentes de transformação, combatendo o preconceito em todas as áreas, desde a nossa casa até os espaços públicos como a escola, as praças públicas e tantos outros.  Abordou também sobre a questão de gênero, e os preconceitos existentes nestes aspectos. Onde infelizmente, uma grande parte da sociedade não respeita as escolhas das pessoas e julgam e discriminam por isso. Então, refletimos que se alguém escolhe ser gay, lésbica ou trans por exemplo é preciso construir que se haja respeito e o meu conselho é que cada um, cada uma possa seguir as suas escolhas e serem felizes. Siga o seu coração e nunca desista dos seus sonhos. Vamos a luta! 

 

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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