Juventudes do Pólo da Borborema, da Paraíba, apresentam experiências no Fórum Social Mundial de Salvador

Por Juliana Peixoto (Centro Sabiá)  e Cléibson dos Santos (AS-PTA)

A juventude camponesa marcou presença mais uma vez, nas atividades autogestionadas do Fórum Social Mundial (FSM), em março,  realizado na Universidade Federal da Bahia em Ondina, Salvador, Bahia. Desta vez a ASPTA – Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, da Paraíba, trouxe para partilhar uma oficina com o tema “Juventude camponesa construindo agroecologia no território da Borborema”. No momento inicial teve mística de integração e apresentação, estavam por ali esperando beber da experiência pessoas para além da Paraíba, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, da Bahia e da Colombia.

A sala foi transformada numa linda instalação pedagógica que ilustrava em fotos, mapas e materiais didáticos, os passos do trabalho com juventudes no território paraibano. Márcia pode explicar neste primeiro momento quem é a ASPTA. Uma instituição que desenvolve trabalho com jovens, filhos de agricultores camponeses desde 2002, ação distribuída em 14 municípios do território da Borborema da Paraíba.  Em seguida as Jovens Márcia, Sidinéia e o jovem Helder apresentaram um pouco da trajetória do movimento de juventudes dentro do território.

Ao decorrer da apresentação foram feitos destaques sobre parcerias importantes para o desenvolvimento das ações como a da cooperação ActionAid,  que contribuiu em atividade com as temáticas da  água, da agrofloresta,  da criação de  animais. Formações realizadas com com crianças e adolescentes, público preferencial da ActionAid.

A chegada do apoio de Terre do Hommens schweiz (TdH)  possibilitou realizar um diagnóstico da juventude camponesa do Polo da Borborema. A metodologia foi dos próprios jovens entrevistarem  outros jovens. Isso deu luz para o caminhar das atividades com juventudes no território.

Algumas experiências foram trazidas para serem compartilhadas com os presentes. Dentre elas as de  jovens facilitando oficinas, viveiro de mudas, com plantas medicinais, práticas de enxertia, podas,  oficinas de apicultura, sobre relações sociais de gênero e juventude camponesa. Há atividades com foco na divisão das atividades produtivas e reprodutivas, de sementes crioulas, teve destaque para a Campanha “não planto transgênico para não apagar minha história”.

Como estratégia de geração de renda, tem-se o Fundo Rotativo Solidário com animais de pequeno porte (galinhas, cabras, apicultura e  ovelhas).  Nessa ação, os jovens fazem reuniões para decidir o repasse no caso das galinhas, cabras, ovelhas e na questão da apicultura reunião de gestão para  debater a manutenção dos apiários nas propriedades dos Jovens. Para intercambiar em outras experiências. Ainda nessa temática, jovens assessorados têm acesso a mercados como feiras agroecológicas e mercados institucionais (Programa de Aquisição de Alimentos/PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolar/PNAE). A jovem Sidnéia  explicou como é a organicidade do grupo.  “Há reuniões das comissões de jovens do Polo da Borborema ampliada e executiva, encontros regionais em cada município para discutir sobre suas demandas”, explica Sidnéia.

Jovens realizam ações de mobilização

Atividades de grande poder de mobilização das juventudes e da sociedade geral são realizadas na Paraíba a exemplo da Marcha pela vida das Mulheres  e  pela Agroecologia que já esta em sua 9ª edição. Assim como o  Encontrão da Juventude Camponesa do Polo da Borborema, que em 2016 reuniu mais de 150 jovens, dos 14 municípios de atuação do Polo. Também tem a criação da I Feira Agroecologica e Cultural  da Juventude que aconteceu em  Massaranduba. Essa Feira acontece até hoje,  já está na sua quinta edição.

 Os jovens também apontaram alguns trabalhos em Rede com a participação em Vários espaços como: GT de Juventude da ASA-PB, GT de Juventude da ANA. Assim como  a  participação em alguns conselhos Municipais, além dos espaços em incidência de políticas para a Juventude.

Os desafios apontados foram a dificuldade de acesso a terra, já que é comum as  heranças serem deixadas para os filhos homens. Outros desafios são o acesso a água e a sementes, falta de apoio pelos pais para os jovens participarem de atividades de formação, a educação descontextualizada existente nas escolas do campo, preconceito racial, LGBT e de divisão dos trabalhos, desburocratização do acesso a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e, consequentemente, acesso a crédito, violência no campo.

Ao final a plenária algumas pessoas  interagiamr com perguntas para esclarecimentos. Alguns foram sobre Fundo Rotativo Solidário (FRS) e produção de mel. OS/as jovens também receberam muitos parabéns  pelo trabalho desenvolvido, pela resistência e por apontar caminhos e vivências. Na ocasião, também foi distribuído   o  DVD “Sementes do Saber – juventude na construção do futuro da agricultura familiar da Borborema”, uma realização da AS-PTA.

Para conhecer mais um pouco do trabalho da AS-PTA no Polo da Borborema, então acesse a página por aqui: www.aspta.org.br/

 

 

 

 

 

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