MULHERES CONSTRUINDO TECNOLOGIAS SOCIAIS E GERANDO RENDA NO SERTÃO DO PAJEÚ

Foto: Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia (CJMA)

Por: Tatiane Faustino da Silva, Sitio Umburanas, Afogados da ingazeira/PE

Nos dias 17 e 18 de setembro a Casa da Mulher do Nordeste deu início ao Projeto Mulheres Construindo Tecnologias sociais e Gerando Renda no Sertão do Pajeú. O projeto foi aprovado pelo Edital Público da Fundação Banco do Brasil e o BNDES celebrado até 2021. Para celebrar este momento teve a participação dos parceiros Centro Sabiá, Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú, DIACONIA, ADESSU, Fórum de Mulheres do Pajeú, NEPPAS (UFRPE), O Instituto Federal, Coordenadoria da Mulher, Sindicato Rural do Município de Afogados da Ingazeira.

Cerca de 100 mulheres de 12 municípios participaram deste momento de planejamento das ações do projeto, que tem o objetivo de replicar a tecnologia do fogão agroecológico integrado aos quintais produtivos para geração de renda e autonomia política das mulheres do Sertão de Pernambuco. Ao longo dos dois anos do projeto acontecerá oficinas de: educação ambiental, Bioma Caatinga, práticas de beneficiamento da produção, defensivos naturais, sistema agroflorestal, manejo e criação de pequenos animais, divulgação e mobilização da Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico, estudo de viabilidade econômica. Além de visitas técnicas, intercâmbio, aquisição e cultivo de mil mudas de plantas frutíferas, forrageiras, e nativas da Caatinga, também será construído 80 fogões agroecológicos nos agroecossistema das mulheres envolvidas, e formação através da Escola Feminista, essas ações foram apresentadas por Sara Rufino, responsável pelo projeto.

Foto: Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia (CJMA)

No decorrer dos dias, as mulheres se reuniram em grupos para pensar sobre as dificuldades que vivenciam em seus municípios e as expectativas em relação ao projeto, as principais dificuldades apontadas pelas mulheres foram: o acesso a mercados para comercialização da produção, o armazenamento da água, acesso a crédito, o patriarcado, e a violência contra a mulher. Para as mulheres as expectativas é que o projeto ajude as mesmas a se organizarem melhor para aumentar a capacidade produtiva e comercial, trazendo a organização coletiva dos grupos como base. 

A programação também comtemplou o planejamento das ações e as expressões culturais das mulheres, com poesia e batucada feminista.

Eu mulher agricultora, me sinto muito feliz em participar das ações do projeto como beneficiaria direta. E em tempos de crise econômica, moral e existencial que nosso país está vivenciando, esse projeto vai ser muito importante para fortalecer nossa produção, e comercialização, nossa forma de consumo e também de pensar estratégias de conservação e preservação da nossa Caatinga, além de ajudar na articulação das nossas lutas comuns no território e contrapor a sociedade opressora.

 

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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