Documento com diretrizes para a reestruturação socioprodutiva da Zona da Mata será apresentado e ent

capa7-02 - Fetape

Por Sara Brito com colaboração de Morgana Narjara

Nesta segunda-feira, 12, às 14h, será apresentado e entregue o documento Diretrizes para a Reestruturação Socioprodutiva da Zona da Mata – Uma contribuição da sociedade civil, na sede do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, na rua Manoel Borba, Boa Vista, no Recife. O documento surgiu a partir de iniciativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape). A sua construção se deu a partir de reuniões, oficinas e seminário, envolveu um grupo de movimentos sindicais e sociais e de organizações não governamentais. No processo, foram escutados moradores da região, pesquisadores e economistas, além dos documentos utilizados em outros debates, que foram utilizados como referenciais para as propostas.

O documento é composto por 85 propostas, que tratam de eixos como: a permanência e o acesso à terra e ao território; o assalariamento rural; o sistema produtivo, agroecologia, segurança e soberania alimentar; e políticas públicas e projetos e programas sociais. As propostas foram desenvolvidas como uma alternativa ao modelo vigente que permanece trazendo para a região problemas como a desigualdade social, a baixa escolaridade, a mortalidade infantil e os altos índices de violência. A falta de políticas públicas estruturantes que incentivem a qualidade de vida para os moradores da região também vem ameaçando a produção de alimentos e a soberania alimentar e nutricional da população.

O que se pretende é que essa contribuição da sociedade civil possa direcionar as ações dos poderes Legislativo e Executivo para que seja garantida a criação e implantação efetiva de políticas públicas que possibilitem o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata pernambucana. As presenças de Secretarias do Governo do Estado, da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco) e de representantes do Governo Federal já estão confirmadas.

Além da Fetape, participaram da construção e assinam o documento o Sindicato dos/as Trabalhadores/as Rurais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Central Única dos Trabalhadores (CUT/PE), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Centro Sabiá, a Serta, a Fase, o Centro Josué de Castro, o LECgeo/UFPE, o Instituto Cidadania do Nordeste, a Coopagel, Assocene, Dieese e a Fesan.

Plácido Junior faz parte da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e fala da importância da entrega do documento. “Esse documento afirma e reafirma que é preciso pensar em outro modelo de sociedade e outro modelo pra região da Zona da Mata e, que esse modelo leve em conta os povos do campo, da floresta. O documento tem esse significado da junção das organizações do campo e da cidade, e ao mesmo tempo de propor de forma muito clara um modelo para a região que incorpore todos e todas que vivem nela e não apenas sirva para o acúmulo do capital”, diz Plácido.

Ana Cruz, coordenadora do Centro Sabiá na Zona da Mata, ressalta o valor dessa proposta de reestruturação da região. “Esse documento vem num momento muito oportuno em que a agricultura familiar na região da Zona da Mata tem passado por grandes transformações, além da monocultura da cana-de-açúcar, o modelo de desenvolvimento adotado, tem impactado a vida das famílias agricultoras e essas famílias precisam de políticas que venham contribuir para que elas permaneçam no campo, produzindo de forma diversificada e sustentável”, afirma Ana.


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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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