Feira reuniu mais de 230 produtos da agroecologia em Caruaru

Por Thais Queiroz. Fotos: Pedro Araujo

Quando Luiz Gonzaga cantou o clássico baião A Feira de Caruaru, certamente não tinha em mente a feira agroecológica que tomou conta do Marco Zero na manhã da terça (21/11). Mas bem que podia ser, de “tudo que há no mundo, nela teve pra vender”. Foram mais de 230 artigos dispostos à venda, entre alimentos e fitoterápicos, divididos em quinze quiosques que representaram a produção da Zona da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco. 

O evento fez parte da programação do Seminário Caminhos para a Sustentabilidade no Campo, e marcou a intregracao entre os universos urbano e rural. Quem era da cidade adorou comprar itens de qualidade a um preço justo. E agricultores e agricultoras puderam expor seus bolos, temperos, licores, hortaliças, mudas e afins. 

Joselita Ramos, de Carnaíba, Sertão do Pajeú, é uma das únicas produtoras de arroz vermelho da região, tradição que aprendeu com o avô. Ela conta o quanto ganhou desde que passou a receber as visitas da ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) Agroecológica. “Para mim essa feira é nossa sustentabilidade e agrega valor para as mulheres. Quando participamos das feiras e somos mulheres empoderadas e felizes. Eu sou a única em uma família de nove irmãos a ter essa preocupação.Se o campo não planta, a cidade não janta”, afirmou.

Foi a primeira vez que a dona de casa Maria Helena Alves visitava uma feira orgânica. Ela comprou couve e alface e se surpreendeu. “Eu achava que ia ser mais caro. Porque é uma coisa mais natural, sem os agrotóxicos que a gente conhece, sabe? Mas mesmo se custasse mais eu pagaria, porque vale a pena. Caruaru precisa de uma feira assim sempre”, disse.

Davi Fantuzzi, assessor de comercialização do Centro Sabiá, explica porque os alimentos orgânicos são melhores e mais em conta do que os do mercado comum. “Nós tocamos uma pesquisa em 2015 em que elaboramos uma cesta com vinte itens diferentes e comparamos os valores em três grandes redes de supermercados, três feiras livres comuns e e em duas feiras agroecológicas da rede”, contou. O resultado? Comprar no supermercado era 56% mais caro do que nas feiras orgânicas. “Comprovamos que quando o alimento é vendido diretamente pelo pelo produtor, ele lucra mais e o consumidor paga menos”, conclui Davi.

No final da manhã todos se reuniram em uma grande ciranda, para celebrar a comunhão campo e cidade e celebrar o sucesso da feira. Que a cadeia sustentável da agroecologia cresça cada vez mais em Caruaru e no nosso Estado!

Assista um pouco do que rolou na Feira agroecologica

 

 

 

 

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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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