Mesas de debates são destaques no III Encontro Internacional de Agroecologia

Por Morgana Narjara com colaboração de Sara Brito (Centro Sabiá)

A terceira edição do Encontro Internacional de Agroecologia reuniu mais de duas mil pessoas, entre estudantes de diversas regiões do Brasil, organizações e movimentos sociais, agricultores/as familiares e pesquisadores/as. Nomes de destaque no campo acadêmico da agricultura de base agroecológica nacional e internacional, como o professor Miguel Altieri e o professor Victor Toledo da Universidad Nacional Autónoma de México – UNAM estiveram presentes.
A mesa redonda com o tema “Fome, Agricultura Familiar e as possibilidades da Agroecologia”, que contou com a participação de Maria Emília Pacheco, presidente do Consea Nacional e assessora da FASE, trouxe para o debate reflexões sobre a fome no mundo e como a agroecologia pode contribuir no seu enfretamento.
De acordo com Alexandre Pires, coordenador geral do Centro Sabiá, a mesa que tratou do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO), foi a que deu o tom político ao Encontro. “Eu acho que essa foi uma das mesas que teve o maior impacto, do ponto de vista da reflexão do grupo. Serviu para reconhecer, tanto para o governo que o PLANAPO e a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, como avanços no movimento agroecológico brasileiro, como serviu para evidenciar os conflitos e as contradições que o governo brasileiro tem dentro de si mesmo,” salienta Alexandre.
No último dia do Encontro, foram realizadas simultaneamente 42 oficinas temáticas e os carrosséis de experiências. O Centro Sabiá participou do Carrossel sobre “Dimensão Sociopolítica e Transição da Agroecologia”, onde foram apresentadas experiências de Extensão Rural Agroecológica. O carrossel foi bem participativo e gerou discussões calorosas, principalmente sobre questões como a da Reforma Agrária. “Não dá pra gente pensar num trabalho de agroecologia, de produção, de inclusão social, econômica e política, se a gente não pensa antes de tudo isso, no acesso ao território”, reforça Alexandre.
Participação da Juventude – a jovem Mayara Costa de Lima, moradora do sítio Canto Alegre, município de Ouricuri, Sertão de Pernambuco e monitora do Projeto Juventude Arte e Cultura (JAC), também estava presente no evento e falou da importância de estar nesse ambiente. “Foi muito bom, porque toda vez que participamos de coisas assim vamos aprendendo mais. Foi muito importante, pretendo participar cada vez mais e também conhecemos muitas pessoas legais,” diz ela. Mayara ficou no stand destinado a divulgar o trabalho das organizações. No local foram distribuídas publicações e expostos os trabalhos artesanais dos jovens que fazem parte do JAC. “Eu explicava, falava do projeto. Foi muito boa a receptividade, as pessoas diziam que era um trabalho muito bonito e que os jovens estavam de parabéns,” lembra ela.
O Encontro promoveu um intercâmbio de experiências entre diversas regiões do Brasil e do mundo. A ideia é que as questões levantadas durante as mesas, palestras, debates e carrosséis de experiências, alimentem as ações de organizações e academia. O evento foi um momento para estabelecer relações e contatos que possibilitem a permanência do diálogo acerca do tema e também de novas parcerias.

 


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