Celebrando os 15 anos da CJMA no Intercâmbio Agroecológico das Juventudes da Zona da Mata de Pernambuco – Momento de encontros e reencontros

Foto: Randy Augusto

Celebrando os 15 anos da CJMA no Intercâmbio Agroecológico das Juventudes da Zona da Mata de Pernambuco – Momento de encontros e reencontros

Por Vítor Diego, morador do engenho cachoeira, zona rural do município de Ipojuca, agricultor, técnico em agroecologia, licenciando em pedagogia, cursando automação industrial e  participante da CJMA e FOJUPE; e Edvan José, morador do município de Rio Formoso, agricultor, participante da CJMA e FOJUPE, além de vice secretario do quilombo povoando demanda, onde reside.

Entre os dias 06 a 08 de outubro de 2020, aconteceu o encontro da CJMA na Zona da Mata Sul de Pernambuco, foi um momento marcado pelos encontros e reencontros das juventudes. Além de ter um papel muito importante na comemoração dos 15 anos da Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia.

No primeiro dia iniciamos às 14 horas, com uma mística de abertura e acolhimento dos/as participantes, que contou com uma apresentação dos mesmos, seguida de uma vivência de autocuidado e cuidado com o próximo. Depois fizemos uma produção artística utilizando imagens de revistas e pinturas para expressar como nós estávamos nos sentindo, especialmente, neste contexto de pandemia. Foi um momento lúdico e que apontou que nós jovens, também, precisamos nos cuidar. Pois estes tempos tem sido difíceis para todo mundo e não é diferente para gente. Teve falas sobre dores e tristezas que foram vividas, mas logo em seguida também trouxeram as ações de superação. Lembro-me que um jovem ressaltou o processo que viveu com a família, pela sua escolha religiosa, onde foi recriminado dentro de sua própria casa e ao mesmo tempo ele trouxe como conseguiu superar isso dentro e fora de casa. Após este momento fizemos um analise de conjuntura, vimos trechos do filme o Amor mais Profundo que conta a história do Padre Reginaldo Veloso, contamos com a participação de Regilane Alves do GT de Juventudes da ANA – fazendo um relato sobe as ações que a ANA vem fazendo referente às Eleições Municipais e sobre a importância da participação e engajamento das Juventudes nesses processos em seus territórios.  Na sequência nos dividimos em pequenos grupos para debater e refletir sobre as questões trazidas no filme e na fala da Regilane e reafirmamos que os e as jovens, especialmente, nós que somos lideranças em nossas comunidades precisamos levar este debate para as nossas bases, pois só assim poderemos construir ações que de fato façam as diferença na vida das juventudes. 

No segundo dia pela parte da manhã, iniciamos com uma mística de animação, em seguida foi feito um passeio na linha do tempo de toda trajetória da CJMA desde 2005 até 2020, em comemoração dos seus 15 anos de atuação nos três territórios (mata, agreste e sertão). A linha serviu para mostrar e refletir sobre o Resgate da História e das ações com as juventudes ao longo destes anos. A mesma contava o nascimento das Comissões a partir da assessoria feita pelo Centro Sabiá. Esta linha do tempo foi organizada da seguinte forma cada jovem pegou algo como: imagens, bandeiras, cartilha, livros e/ou símbolos para que cada um falasse por que pegou tal objeto e por que ele representava a entrada na CJMA ou uma imagem que chamava a nossa atenção.Este momento foi bem bacana porque mesmo quem não fazia parte antes, pôde ver a partir dos símbolos e elementos como se deu esta construção. Na sequência, contamos com a participação de Gideão Patrício e Franceli Carla (Kaká) que são jovens que já passaram por este espaço, para contar como foi para eles e o que este espaço representou na vida deles. Foi bem inspirador ouvi-los, inclusive quero destacar que as falas dos dois apresenta pra gente a importância da organização e participação das juventudes. Inclusive a fala de que muitas das coisas que eles desenvolvem hoje, como a apicultura por Gideão e a candidatura de Kaká como vereadora, tem haver com os aprendizados que tiveram ao longo do tempo participando neste espaço. Ainda pela manhã fomos estudar a Cartilha da CJMA e ampliamos o nosso olhar no que se refere aos processos de comunicação nas ações das juventudes para construção do conhecimento agroecológico, nas metodologias de fortalecimento da CJMA, as dinâmicas integrativas para o fortalecimento das juventudes, processo de assessoria técnica, acesso à terra entre tantos outros.  

Na tarde do mesmo dia houve a dinâmica de retomada, lodo depois a apresentação das ações do projeto Juventudes e Agroecologia – conquistar direitos e meios de vida sustentáveis. E a partir daqui os/as jovens foram divididos por município para realizar o processo de PMA – Planejamento, Monitoramento e Avaliação para que todos pudessem ver o que foi feito até agora e o que vão planejar para ser realizado até dezembro. À noite, contamos com a participação da atriz Andreza Cavalcanti, que realizou uma oficina de teatro com os/as jovens para apresentarem no dia seguinte, e na finalização do mesmo dia comemoramos os 15 anos da CJMA com um bolo e a nossa noite cultural.

E para fechar com chave de ouro, no último dia do encontro, iniciamos com uma mística e apresentação da peça de teatro criada pelas juventudes que abordou temas como: as vivências das juventudes rurais, Cultura dos Povos e Comunidades Tradicionais, racismo e preconceito/intolerância religiosa. Passado este momento, aconteceu a Oficina de Instalação Pedagógica, facilitada pelas professoras Virgínia e Zênia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde elas falaram sobre Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Foi um momento bem participativo e reflexivo, trazendo questões como: De onde vem seu alimento? Você produz tudo o que come?, Você come tudo o que você produz?, nos/as jovens foram divididos em três grupos para elaboração de uma instalação pedagógica, onde cada grupo montou sua instalação a partir dos elementos que foram disponibilizados. Tivemos resultados bem interessantes e o debate foi bem proveitoso, inclusive de percebermos que a maioria de nós ainda precisamos melhorar a nossa alimentação e levar este debate para as nossas casas e para as comunidades. 

 

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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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